terça-feira, 19 de novembro de 2013

O fim do martírio (ou as Portas do Paraíso)?

Volta Redonda (RJ), 18 de Novembro de 2012, 17h00. 


O Palmeiras agoniza em meio a tantos erros e desencontros ao longo do ano... uma vitória nos mantém vivos na luta contra o rebaixamento... qualquer outro resultado, somado a outros resultados positivos dos adversários rebaixa pela segunda vez ao purgatório o gigante de história gloriosa... 



Bruno, Artur (Obina), Adalberto Roman, Maurício Ramos, Juninho, Márcio Araújo, Correa, Tiago Real (Vinícius), Mazinho (Bruno Dybal), Maikon Leite, Barcos e Gilson Kleina tinham a tarefa de fazer os três pontos para nos tirar dessa situação... ou de pelo menos postergar o martírio por mais algum tempo...



Em 2003, da primeira vez que tivemos que passar pelo purgatório, um garoto chamado Vágner foi um dos maiores responsáveis pela glória de nos recolocar ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído... quis o (cruel) destino que 9 anos depois, este mesmo menino jogando agora pelo seu clube de coração, nos colocasse no lugar de onde nos ajudou a sair... na lama... no caos... no purgatório... com tamanha incompetência da diretoria à época era difícil imaginarmos o que viria para o ano de 2013... Série B já era uma certeza mas com quais jogadores? A que nível de profissionais estaríamos entregues?



O ano de 2013 começou melancólico... alguns nomes sem expressão em campo, lesões, técnico fraco... e o resultado disso apareceu já na primeira competição: uma campanha mediana... e uma eliminação na primeira oportunidade de mostrar força... não foi diferente nas competições seguintes... tampouco na série B... talvez pelo descaso com os demais times... talvez pelo desânimo de enfrentar equipes esforçadas mas que não ofereciam resistência ao gigante - talvez por medo, mas acredito que mais por insuficiência técnica dos adversários - e foram presas fáceis mesmo em jogos onde o Palmeiras não produzia nada! 



Sábado, 16 de Novembro de 2013, 16h20. Pacaembu. A dois dias de completar um ano o vexame avassalador que nos assolou durante o ano todo, me sento ao Tobogã ao lado da minha querida esposa e de dois dos meus maiores companheiros de estádio - e de vida - ao longo destes 31 anos: sr. Adriano Malagrinò e Gabriel Malagrinò. Todos sabíamos que o jogo não tinha importância (o objetivo maior, que era se classificar novamente à série A, já havia sido conquistado duas rodadas antes) e que mesmo que o Palmeiras ganhasse o jogo, a emoção não seria a de um título conquistado... teríamos apenas a sensação de alívio por poder imaginar que no ano de 2014, quando o gigante completa 100 anos, teríamos a esperança de que poderíamos comemorar novamente um título de expressão nacional... com adversários à altura do gigante - que um dia já desbancou a turma do Pelé, que fez frente e imortalizou a freguesia do arqui-rival em jogos memoráveis... que morreu Palestra Itália e nasceu CAMPEÃO! 



Apesar de saber disso, às 18h20 desta mesma data nós nos levantamos do concreto quente para aplaudir o esforço dos atletas e retribuir os 3x0 colocados frente ao modesto Boa Esporte de Varginha-MG... esta foi a nossa maneira de gritar campeão... com aplausos, um sorriso no rosto e o coração em paz... 



Que esta seja apenas mais uma memória do início de uma nova era... que 2014 chegue com todas as glórias que merecemos... e que se não houver título, que honrem esta camisa que já foi motivo de orgulho para o meu avô, para o meu pai e para mim... que todos nós possamos comemorar gritando na janela, nas ruas, agitando nossas bandeiras, gritando alto para não deixar nenhum torcedor rival dormir... que a festa seja à moda italiana! E não à moda tímida e contida com que comemoramos o final do ano futebolístico de 2013...



E o último registro que tive do campo de futebol neste dia que morremos Palmeiras, foi a saída dos jogadores após o agradecimento tímido à torcida...


Adeus Série B! Até nunca mais! 

FORZA PALESTRA! Schoppia che la vittòria è nostra!


Obrigado pai, por ter me feito PALMEIRENSE... e obrigado por me acompanhar nos bons e nos maus momentos do nosso amado time... que seja assim por muitos e muitos anos ainda! 


Una vera famiglia palestrina!